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Inovação em segurança de barragens e operações

A segurança das operações e das barragens, em especial, representa hoje um dos principais desafios do setor mineral brasileiro. Nos últimos anos, as empresas têm mobilizado suas equipes e direcionado investimentos contínuos em inovação e tecnologia voltadas para segurança.

Algumas iniciativas são o fortalecimento da gestão e dos sistemas de monitoramento das barragens e a segurança e o controle de impactos no processo de descaracterização das estruturas com método de alteamento a montante. Além de projetos que reduzem a necessidade de barragens, como a filtragem de rejeito e as plantas de processamento a umidade natural. 

 No último dia 31/08 no Painel Mining Hub apresentamos alguns exemplos dessa evolução do setor durante o evento online “Inovação em Segurança de Barragens e Operações”, com a participação de empresas como a Samarco, Vale, Mineração Usiminas e AngloGold Ashanti.

O evento

Destacando-se pela adesão recorde de inscritos - mais de 1000 pessoas - o Painel Mining Hub Inovação em Segurança de Barragens e Operações foi realizado na sede do Mining Hub, com transmissão ao vivo via LinkedIn, Yammer e YouTube. 

Em sua abertura, o Diretor-Executivo do nosso Hub de Inovação, Leandro Rossi, reafirmou a importância, engajamento e compromisso do setor mineral em incrementar constantemente a segurança das barragens, ao mesmo tempo em que busca soluções alternativas para a disposição dos rejeitos. 

Também durante a abertura do evento recebemos Julio Nery, Diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do IBRAM, Aline Nunes, Coordenadora de Assuntos Minerários do IBRAM e Geraldo Paes Júnior, Gerente-Executivo de Geotecnia Corporativa da Vale.

Em sua fala, Nery chamou atenção em como a mineração tem se reinventado nos últimos anos, frisou a importância das barragens, o papel ainda importante desempenhado por elas, e também a necessidade de retomar a confiança e credibilidade da população sobre este tipo de estrutura. 

Além disso, Julio Nery relembrou que em decorrência dos rompimentos, a legislação brasileira já sancionou algumas importantes medidas: as sirenes e  instrumentação automatizadas das barragens de mineração, por exemplo, tiveram no Brasil seu primeiro uso para mineração. Por fim,  salientou também alguns desafios em eminência na mineração:

  • Desenvolvimento de  tecnologia de construção de pilhas de rejeitos aguados adequadas e seguras; 
  • Processo de desaguamento mais eficiente, com parâmetros abaixo dos 16% de umidade.

Aline Nunes, Coordenadora de Assuntos Minerários do IBRAM, falou sobre o importante projeto PROX, fundamental para uma nova visão sobre a segurança em barragens.

O PROX, uma ferramenta de alertas voltados à população para melhorar a comunicação e facilitar atitudes em prol da segurança, é um aplicativo desenvolvido pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que em parceria com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) integrou o sistema com as empresas de mineração, visando melhorias principalmente nos procedimentos de comunicação de risco.

Na sequência, Geraldo Paes Júnior, Gerente-Executivo de Geotecnia Corporativa da Vale, falou sobre a importância do diálogo entre a comunidade mineradora e a sociedade a respeito da segurança das barragens, uma  via de mão dupla na resolução de problemas e na construção de uma nova mineração.

PAINEL 1: Evolução do monitoramento, gestão e segurança de barragens: os aprendizados das mineradoras após rompimentos.

  • João Paulo Chiste Costa - Coordenador de Geotecnia - Samarco;
  • Geraldo Paes Júnior - Gerente-Executivo de Geotecnia Corporativa - Vale.

Mantendo o compromisso com a integridade, transparência e comprometimento em impossibilitar eventos de rompimentos, convidamos para tratar deste delicado, mas essencial tema, João Paulo Chiste Costa, Coordenador de Geotecnia da Samarco e Geraldo Paes Júnior da Vale.



João Paulo trouxe atualizações da retomada de operações da Samarco destacando que desde 2020 a empresa não faz mais uso de barragens. Explicou ainda como são os novos processos propostos pela empresa, e falou sobre a priorização da descaracterização das estruturas remanescentes de barragens e o empenho institucional de estudos voltados para inovação.

Apresentando os desdobramentos técnicos das ações da Samarco, foi apresentado ao público no painel 1 do evento,  detalhes do CMI - Centro de Monitoramento e Inspeção, em operação 24 horas por dia, 7 dias por semana, desde 2016.

Já na área de gestão, Geraldo Paes Júnior - Gerente-Executivo de Geotecnia Corporativa da Vale, apresentou elementos da chamada Jornada de Transformação Cultural proposta pela mineradora desde 2019. O projeto propõe um futuro com foco nas pessoas, no desenvolvimento sustentável, na cultura, na diversidade e na inovação.

Ele também destacou a virada de chave do setor que, a partir de 2010 passou a olhar, por exemplo, o risco dos rejeitos para além da parte técnica e se debruçar melhor nos desafios de governança que impactam a questão.



Resgatando o histórico de acidentes, regulações e padronizações da gestão e segurança de barragens, Geraldo Paes apontou questões sobre a estrutura e Impacto do GISTM - Requisito do Padrão Global da Indústria para Gestão de Rejeitos.

Neste painel pudemos também conhecer mais a fundo um importante campo de desenvolvimento, tecnologia e inovação para mineração, que está repleto de oportunidades para mineradoras, universidades, startups e demais projetos de base tecnológica: soluções sustentáveis e economicamente viáveis para reutilização dos rejeitos.

“Quanto mais bem informada uma comunidade for, menos medo e receio ela terá. Logo, população bem informada é uma população que agrega ao empreendimento.”
Luis Guilherme Farias Alves - via chat de transmissão no YouTube

PAINEL 2: Descaracterização: soluções para eliminar as barragens a montante com segurança

  • Augusto Romanini - Engenheiro Geotécnico - Mineração Usiminas;
  • Frank Pereira - Gerente-Executivo de Barragens e Projetos Geotécnicos - Vale.

Aprofundando a troca de conhecimento entre os cases das mineradoras convidadas, Augusto Romanini da Mineração Usiminas nos trouxe as experiências de sucesso da empresa na descaracterização de suas barragens Mina Oeste (2021) e Barragem Central (2022).



Descaracterização de Barragens

Barragem de mineração descaracterizada: estrutura que não recebe, permanentemente, aporte de rejeitos e/ou sedimentos oriundos de sua atividade fim, a qual deixa de possuir características ou de exercer função de barragem, de acordo com projeto técnico, compreendendo, mas não se limitando, às seguintes etapas concluídas:

  • Descomissionamento;
  • Controle hidrológico e hidrogeológico;
  • Estabilização;
  • Monitoramento.

Abordando o trabalho em descaracterização desenvolvido pela Vale, Frank Pereira , Gerente-Executivo de Barragens e Projetos Geotécnicos, apontou 3 desafios enfrentados neste processo. 

Desafios:

  • Disposição do material removido;
  • Acessar as áreas das estruturas em nível 3 de emergência;
  • Finalizar a descaracterização das estruturas em nível 3 de emergência

Frank Pereirar lembrou ainda, que em 2020 a Vale já esteve conosco no programa M-Spot Ciclo 2, com desafios sobre a sondagem e coleta de amostras. E que a startup que apresentou a solução durante o ciclo segue com a Vale ainda hoje, o que reforça a importância do Mining Hub e da inovação como chaves para uma mineração cada vez melhor.

Durante a sua apresentação,  Frank nos mostrou as principais inovações realizadas pela Vale na descaracterização de barragens, com foco na segurança das pessoas.

*Lembrando que o Painel Inovação e Tecnologias em barragens e operações está na íntegra em nosso canal do YouTube

PAINEL 3: Redução do uso de barragens: as inovações com filtragem de rejeitos e projetos de processamento de umidade natural

  • Davidson M. Avelar Oliveira - Engenheiro Geotécnico Sênior - AngloGold Ashanti;
  • Breno Nogueira Mendonça Passos - Gerente Geral de Engenharia e Qualidade Sul e Sudeste - Vale;
  • Cristiano Santana Souza - Gerente Geral de Projetos Geotécnicos - Vale.

O último painel do evento trouxe Davidson M. Avelar Oliveira da AngloGold Ashanti apresentando o case de disposição de rejeito a seco, na Mina Cuiabá. Com a implementação completa dos processos propostos pela empresa, até o final deste ano de 2022, a previsão é de que todas as barragens da AngloGold Ashanti deixem de receber rejeito da forma convencional.

Já Breno Nogueira da Vale compartilhou algumas das estratégias desenvolvidas referentes às inovações em filtragens de rejeitos alinhadas à agenda ESG. Complementando o processo, Cristiano Santana Souza abordou as soluções para empilhamento dos rejeitos, trazendo um adendo inédito, de centralização da sustentabilidade como critério de engenharia. 

INOVAÇÃO ABERTA, O FUTURO DA MINERAÇÃO!

Fechando este evento, já com a certeza de que necessitamos de novos encontros pela inovação na mineração, especialmente no que se refere às barragens, o Diretor-Executivo do Mining Hub, Leandro Rossi, reforçou como os desafios são matéria-prima para as nossas atividades.

Através dos programas do Mining Hub, o setor tem a possibilidade de trabalhar os desafios e encontrar soluções diversas e inovadoras de forma mais rápida, para que aqueles problemas se convertam rapidamente em cases de sucesso para o setor.

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